Preparar, com Nossa Senhora, a Solenidade do Corpo de Deus, a Solenidade do Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, é tentar preparar com a Mãe a grande Solenidade de Jesus, seu Filho.Quando, na última Ceia, Jesus afirmou: “Tomai e comei isto é o meu Corpo”; e mais adiante disse: “ Tomai e bebei é o Cálice do meu Sangue”, estava a referir-se ao dom pleno de Si mesmo, à entrega total da sua vida, do seu amor, de todo o seu ser. Por isso dizemos: Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, Deus e Homem verdadeiro, Filho de Deus e Filho de Maria. O Senhor Jesus que Se oferece na Ceia e renova a sua oferta no Banquete sagrado do altar, é o Filho de Maria de Nazaré. Daí que o Senhor que temos no sacrifício do altar, que renova o do Calvário, é carne da carne de Maria, é sangue do seu sangue. Verdadeiro Filho, gerado no seio de Nossa Senhora, oferece a sua vida por nós. Mas essa vida veio de Maria, esse corpo foi gerado no ventre sagrado da Virgem Puríssima Santa Maria.
A Eucaristia é, por isso, dádiva de Maria, foi Ela que O gerou, O deu à luz no Presépio, O ofereceu no Calvário.
O “sim” de Jesus ao Pai e à sua vontade, a oferta de Jesus na Cruz, correspondem ao momento máximo do “ sim “ de Nossa Senhora. Ambos estão unidos pela mesma dádiva. Ele oferece-Se e Ela oferece-O e oferece-Se com Ele. Em cada Eucaristia celebrada em Igreja e pela Igreja, Jesus renova a sua oferta e Maria está misticamente presente, oferecendo-o e oferecendo-Se. Ela é a Mãe do Pão Vivo descido do Céu, é a Senhora do Santíssimo Sacramento, é a Mãe de Jesus Vivo e Glorioso que Se dá a nós em cada Eucaristia.
Não sabemos, por dados da Escritura ou da Tradição, se Nossa Senhora esteve presente na última Ceia, mas sabemos que acompanhou os cristãos, nas comunidades primitivas, dum modo particular em Jerusalém, e que, porventura, teria participado alguma vez na “ fracção do pão”, na Ceia, celebrada por S. João ou algum dos outros Apóstolos. Se assim foi, se Maria esteve nalguma Eucaristia, se Ela comungou , voltou a receber dum modo eucarístico, Aquele que tinha gerado e dado à luz. Fecha-se o círculo dos mistérios: volta a entrar n’Ela, pela Eucaristia, o que d’Ela saiu, no nascimento no Presépio. Ela é de todos os modos a Mãe de Jesus Eucaristia e sem Ela, não tínhamos o Corpo e o Sangue para ser oferecido na Cruz e, agora, ser recebido no altar no Banquete Sagrado.
Com Ela celebremos o amor eucarístico. Com Ela, cada dia, preparemos a Eucaristia. Com Ela, a Mãe da eucaristia, o Mãe do Pão do Céu, celebremos o amor de Deus que nos dá a graça de participar no Banquete Sagrado.
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