terça-feira, 28 de dezembro de 2010

santos do dia

Os Santos Inocentes





Os Santos Inocentes A festa de hoje, instituída pelo Papa São Pio V, ajuda-nos a viver com profundidade este tempo da Oitava do Natal. Esta festa encontra o seu fundamento nas Sagradas Escrituras. Quando os Magos chegaram a Belém, guiados por uma estrela misteriosa, "encontraram o Menino com Maria e, prostrando-se, adoraram-No e, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes - ouro, incenso e mirra. E, tendo recebido aviso em sonhos para não tornarem a Herodes, voltaram por outro caminho para a sua terra. Tendo eles partido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: 'Levanta-te, toma o Menino e sua mãe e foge para o Egito, e fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para o matar'. E ele, levantando-se de noite, tomou o Menino e sua mãe, e retirou-se para o Egito. E lá esteve até à morte de Herodes, cumprindo-se deste modo o que tinha sido dito pelo Senhor por meio do profeta, que disse: 'Do Egito chamarei o meu filho'. Então Herodes, vendo que tinha sido enganado pelos Magos, irou-se em extremo e mandou matar todos os meninos que havia em Belém e arredores, de dois anos para baixo, segundo a data que tinha averiguado dos Magos. Então se cumpriu o que estava predito pelo profeta Jeremias: 'Uma voz se ouviu em Ramá, grandes prantos e lamentações: Raquel chorando os seus filhos, sem admitir consolação, porque já não existem'" (Mt 2,11-20) Quanto ao número de assassinados, os Gregos e o jesuíta Salmerón (1612) diziam ter sido 14.000; os Sírios 64.000; o martirológio de Haguenau (Baixo Reno) 144.000. Calcula-se hoje que terão sido cerca de vinte ao todo. Foram muitas as Igrejas que pretenderam possuir relíquias deles.

Na Idade Média, nos bispados que possuíam escola de meninos de coro, a festa dos Inocentes ficou sendo a destes. Começava nas vésperas de 27 de dezembro e acabava no dia seguinte. Tendo escolhido entre si um "bispo", estes cantorzinhos apoderavam-se das estolas dos cônegos e cantavam em vez deles. A este bispo improvisado competia presidir aos ofícios, entoar o Inviatório e o Te Deum e desempenhar outras funções que a liturgia reserva aos prelados maiores. Só lhes era retirado o báculo pastoral ao entoar-se o versículo do Magnificat: Derrubou os poderosos do trono, no fim das segundas vésperas. Depois, o "derrubado" oferecia um banquete aos colegas, a expensas do cabido, e voltava com eles para os seus bancos. Esta extravagante cerimônia também esteve em uso em Portugal, principalmente nas comunidades religiosas.

A festa de hoje também é um convite a refletirmos sobre a situação atual desses milhões de "pequenos inocentes": crianças vítimas do descaso, do aborto, da fome e da violência. Rezemos neste dia por elas e pelas nossas autoridades, para que se empenhem cada vez mais no cuidado e no amor às nossas crianças, pois delas é o Reino dos Céus. Por estes pequeninos, sobretudo, é que nós cristãos aspiramos a um mundo mais justo e solidário.

Santos Inocentes, rogai por nós!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Negando a matrnidade divina nega-se a redençao do senhor

Resumidamente, podemos dizer que Nossa Senhora é Mãe de Deus e não da divindade. Ou seja, Ela é Mãe de Deus por ser Mãe de Nosso Senhor, pois as duas naturezas (a divina e a humana) estão unidas em Nosso Senhor Jesus Cristo.
 A heresia de negar a maternidade divina de Nossa Senhora é muito anterior aos protestantes. Ela nasceu com Nestório, então bispo de Constantinopla. Os protestantes retomaram a heresia que havia sido sepultada pela Igreja de Cristo.
 Mas, afinal, por que Nossa Senhora é Mãe de Deus?
 Vamos provar pela razão, pela Sagrada Escritura e pela Tradição que Nossa Senhora é Mãe de Deus.
 A pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo
 Se perguntarmos a alguém se ele é filho de sua mãe, se esta verdadeiramente for a mãe dele, de certo nos lançará um olhar de espanto. E teria razão.
 O homem, como sabemos, é composto de corpo e alma, sendo esta a parte principal do seu ser, pois comunica ao corpo a vida e o movimento.
 A nossa mãe terrena, todavia, não nos comunica a alma, mas apenas o nosso corpo. A alma é criada diretamente por Deus. A mãe gera apenas a parte material deste composto, que é o seu ser. E como é que alguém pode, então, afirmar que a pessoa que nos dá à luz é nossa mãe?
 Se fizéssemos essa pergunta a um protestante sincero e instruído, ele mesmo responderia com tranqüilidade: "é certo, a minha mãe gera apenas o meu corpo e não a minha alma, mas a união da alma e do corpo forma este todo que é a minha pessoa; e a minha mãe é mãe de minha pessoa. Sendo ela mãe de minha pessoa, composta de corpo e alma, é realmente a minha mãe."
 Apliquemos, agora, estas noções de bom senso ao caso da Maternidade divina de Maria Santíssima.
 Há em Jesus Cristo "duas naturezas": a natureza divina e a natureza humana. Reunida, constituem elas uma única pessoa, a pessoa de Jesus Cristo.
 Nossa Senhora é Mãe deste única pessoa que possui ao mesmo tempo a natureza divina e a natureza humana, como a nossa mãe é a mãe de nossa pessoa. Ela deu a Jesus Cristo a natureza humana; não lhe deu, porém, a natureza divina, que vem unicamente do Padre Eterno.
 Maria deu, pois, à Pessoa de Jesus Cristo a parte inferior - a natureza humana, como a nossa mãe nos deu a parte inferior de nossa pessoa, o corpo.
 Apesar disso, nossa mãe é, certamente, a mãe da nossa pessoa, e Maria é a Mãe da pessoa de Jesus Cristo.
 Notemos que em Jesus Cristo há uma só pessoa, a pessoa divina, infinita, eterna, a pessoa do Verbo, do Filho de Deus, em tudo igual ao Padre Eterno e ao Espírito Santo. E Maria Santíssima é a Mãe desta pessoa divina. Logo, ela é a Mãe de Jesus, a Mãe do Verbo Eterno, a Mãe do Filho de Deus, a Mãe da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, a Mãe de Deus, pois tudo é a mesma e única pessoa, nascida do seu seio virginal.
 A alma de Jesus Cristo, criada por Deus, é realmente a alma da pessoa do Filho de Deus. A humanidade de Jesus Cristo, composta de corpo e alma, é realmente a humanidade do Filho de Deus. E a Virgem Maria é verdadeiramente a Mãe deste Deus, revestido desta humanidade; é a Mãe de Deus feito homem.
 Ela é a Mãe de Deus - "Maria de qua natus est Jesus": "Maria de quem nasceu Jesus" (Mt 1, 16).
 Note-se que Ela não é a Mãe da divindade, como nossa mãe não é mãe de nossa alma; mas é a Mãe da pessoa de Jesus Cristo, como a nossa mãe é mãe de nossa pessoa.
 A pessoa de Nosso Senhor é divina, é a pessoa do Filho de Deus. Logo, por uma lógica irretorquível, Ela é a Mãe de Deus.
A conseqüência da negação da maternidade divina é a negação da Redenção
 Agora, qual é o fundo do problema dessa heresia? Analisemos alguns pormenores e algumas conseqüências de se negar a maternidade divina de Nossa Senhora.
 Não foram os protestantes os primeiros a rejeitar o título de "Mãe de Deus" à Nossa Senhora.
 Foi Nestório, o indigno sucessor de S. João Crisóstomo, na sede de Constantinopla, o inventor da absurda negação.
 A subtilidade grega havia suscitado vários erros a respeito da pessoa de Jesus Cristo!
 Sabélio pretendeu aniquilar a personalidade do Verbo. Ario procurou arrebatar a esta personalidade a áureola divinal; negaram os docetas a realidade do corpo de Jesus Cristo e os Apolinaristas, a alma humana de Cristo.
 Tudo fora atacado pela heresia, na pessoa de Nosso Senhor; mas a cada heresia que surgia a Igreja infalível, sob a direção do Papa de Roma, saia em defesa da única e imperecível verdade: da pessoa do Verbo divino contra Sabélio; da divindade desta pessoa, contra Ário; da realidade do corpo humano de Jesus, contra os Apolinaristas.
 Bastava apenas um ponto central para suportar o ataque da parte dos hereges: era a união das duas naturezas, divina e humana, em Jesus Cristo.
 Caberia a Nestório levantar esta heresia, e aos filhos de Lutero continuarem a defender este erro grotesco.
 Foi em 428 que o indigno Patriarca Nestório começou a pregar que havia em Jesus Cristo duas pessoas: uma divina, como filho de Deus; outra humana, como filho de Maria.
 Por isso conclui o heresiarca, Maria não pode ser chamada Mãe de Deus, mas simplesmente Mãe de Cristo ou do homem.
 Concebe-se o alcance de uma tal negação. Se as duas naturezas, a divina e a humana, não são hipostaticamente unidas em Nosso Senhor Jesus Cristo, de modo a formar uma única pessoa, desaparece a Encarnação e a Redenção, porquanto o Filho de Deus, não se tendo revestido de nossa natureza, não pode ser o nosso Redentor. Somente o homem Jesus sofreu. Ora, o homem, como ser finito, só pode fazer obras finitas. Logo, a Redenção não é mais de um valor infinito; Jesus Cristo não pode mais ser adorado, pois é apenas um homem; o Salvador não é mais o Homem-Deus. Tal é o erro grotesco que Nestório, predecessor de Lutero, não temeu lançar ao mundo.
 Ora, os protestantes não querem levar às últimas conseqüências a negação da maternidade divina de Nossa Senhora. Admitem em Jesus Cristo duas naturezas e uma pessoa, mas lhes repugna a união pessoal (hipostática) das duas naturezas na única pessoa de Jesus Cristo.
 Basta um pequeno raciocínio para reconhecer como necessária a maternidade Divina da Santíssima Virgem: Nosso Senhor morreu como homem na Cruz (pois Deus não morre), mas nos redimiu como Deus, pelos seus méritos infinitos. Ora, a natureza humana de Nosso Senhor e a natureza divina não podem ser separadas, pois a Redenção não existiria se Nosso Senhor tivesse morrido apenas como homem. Logo, Nossa Senhora, Mãe de Nosso Senhor, mesmo não sendo mãe da divindade, é Mãe de Deus, pois Nosso Senhor é Deus. Se negarmos a maternidade de Nossa Senhora, negaremos a redenção do gênero humano ou cairíamos no absurdo de dizer que Deus é mortal!
 Os protestantes, admitindo que Jesus Cristo nasceu de Maria - e não podem negá-lo, pois está no Evangelho (Mt 1, 16) -, devem admitir: que a pessoa deste Jesus é divina; que Nossa Senhora é a Mãe desta pessoa; que ela é, portanto, Mãe de Deus! É um dilema sem saída do ponto de vista racional.
 O Concílio de Éfeso:
 Quando o heresiarca Ário divulgou o seu erro, negando a divindade da pessoa de Jesus Cristo, a Providência Divina fez aparecer o intrépido Santo Atanásio para confundi-lo, assim como fez surgir Santo Agostinho a suplantar o herege Pelágio, e S. Cirilo de Alexandria para refutar os erros de Nestório, que haviam semeado a perturbação e a indignação no Oriente.
 Em 430, o Papa São Celestino I, num concílio de Roma, examinou a doutrina de Nestório que lhe fora apresentada por S. Cirílo e condenou-a como errônea, anti-católica, herética.
 S. Cirilo formulou a condenação em doze proposições, chamadas os doze anátemas, em que resumia toda a doutrina católica a este respeito.
 Pode-se resumi-las em três pontos:
 1) Em Jesus Cristo, o Filho do homem não é pessoalmente distinto do Filho de Deus;
 2) A Virgem Santíssima é verdadeiramente a Mãe de Deus, por ser a Mãe de Jesus Cristo, que é Deus;
 3) Em virtude da união hipostática, há comunicações de idiomas, isto é: denominações, propriedades e ações das duas naturezas em Jesus Cristo, que podem ser atribuídas à sua pessoa, de modo que se pode dizer: Deus morreu por nós, Deus salvou o mundo, Deus ressuscitou.
 Para exterminar completamente o erro, e restringir a unidade de doutrina ao mundo, o Papa resolveu reunir o concílio de Éfeso (na Ásia Menor), em 431, convidando todos os bispos do mundo.
 Perto de 200 bispos, vindos de todas as partes do orbe, reuniram-se em Éfeso. S. Cirilo presidiu a assembléia em nome do Papa. Nestório recusou comparecer perante os bispos reunidos.
 Desde a primeira sessão a heresia foi condenada. Sobre um trono, no centro da assembléia, os bispos colocaram o santo Evangelho, para representar a assistência de Jesus Cristo, que prometera estar com a sua Igreja até a consumação dos séculos, espetáculo santo e imponente que desde então foi adotado em todos os concílios.
 Os bispos cercando o Evangelho e o representante do Papa, pronunciaram unânime e simultaneamente a definição proclamando que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus. Nestório deixou de ser, desde então, bispo de Constantinopla.
 Quando a multidão ansiosa que rodeava a Igreja de Santa Maria Maior, onde se reunia o concílio, soube da definição que proclamava Maria "Mãe de Deus", num imenso brado ecoou a exclamação: "Viva Maria, Mãe de Deus! Foi vencido o inimigo da Virgem! Viva a grande, a augusta, a gloriosa Mãe de Deus!"
 Em memória desta solene definição, o concílio juntou à saudação angélica estas palavras simples e expressivas: "Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte".
 Provas da Santa Escritura
 Para iluminar com um raio divino esta verdade tão bela e fundamental, recorramos à Sagrada Escritura, mostrando como ali tudo proclama este título da Virgem Imaculada.
 Maria é verdadeiramente Mãe de Deus.
 Ela gerou um homem hipostaticamente unido à divindade; Deus nasceu verdadeiramente dela, revestido de um corpo mortal, formado do seu virginal e puríssimo sangue.
 Embora, no Evangelho, Ela não seja chamada expressamente "Mãe de Cristo" ou "Mãe de Deus", esta dignidade deduz-se, com todo o rigor, do texto sagrado.
 O Arcanjo Gabriel, dizendo à Maria: "O santo que há de nascer de ti será chamado Filho de Deus" (Lc 1, 35), exprime claramente que ela será Mãe de Deus.
 O Arcanjo diz que o Santo que nascerá de Maria será chamado o Filho de Deus. Se o Filho de Maria é o Filho de Deus, é absolutamente certo que Maria é a Mãe de Deus.
 Repleta do Espírito Santo, Santa Isabel exclama: "Donde me vem a dita que a Mãe de meu Senhor venha visitar-me?" (Lc 1, 43).
 Que quer dizer isso senão que Maria é a Mãe de Deus? Mãe do Senhor ou "Mãe de Deus" são expressões idênticas.
 S. Paulo diz que Deus enviou seu Filho, feito da mulher, feito sob a lei (Galat. 4, 4).
 O profeta Isaías predisse que a Virgem conceberia e daria à luz um Filho que seria chamado Emanuel ou Deus conosco (Is 7, 14). Qual é este Deus? É necessariamente Aquele que, segundo o testemunho de S. Pedro, não é nem Jeremias, nem Elias, nem qualquer outro profeta, mas, sim, o Cristo, o Filho de Deus vivo.
 É aquele que, conforme a confissão dos demônios, é: o Santo de Deus.
 Tal é o Cristo que Maria deu à luz.
 Ela gerou, pois, um Deus-homem. Logo, é Mãe de Deus por ser Mãe de um homem que é Deus e que, sendo Deus, Redimiu o gênero humano.
 A Doutrina dos Santos Padres, a Tradição:
 Tal é a doutrina claramente expressa no Evangelho, e sempre seguida na Igreja Católica.
 Os Santos Padres, desde os tempos Apostólicos até hoje, foram sempre unânimes a respeito desta questão; seria uma página sublime se pudéssemos reproduzir as numerosas sentenças que eles nos legaram.
 Citemos pelo menos uns textos dos principais Apóstolos, tirados de suas "liturgias" e transmitidas por escritores dos primeiros séculos.
 Santo André diz: "Maria é Mãe de Deus, resplandecente de tanta pureza, e radiante de tanta beleza, que, abaixo de Deus, é impossível imaginar maior, na terra ou no céu." (Sto Andreas Apost. in transitu B. V., apud Amad.).
 São João diz: "Maria é verdadeiramente Mãe de Deus, pois concebeu e gerou um verdadeiro Deus, deu à luz, não um simples homem como as outras mães, mas Deus unido à carne humana." (S. João Apost. Ibid).
 S. Tiago: "Maria é a Santíssima, a Imaculada, a gloriosíssima Mãe de Deus" (S. Jac. in Liturgia).
 S. Dionísio Areopagita: "Maria é feita Mãe de Deus, para a salvação dos infelizes." (S. Dion. in revel. S. Brigit.)
 Orígenes (Sec. II) escreve: "Maria é Mãe de Deus, unigênito do Rei e criador de tudo o que existe" (Orig. Hom. I, in divers.)
 Santo Atanásio diz: "Maria é Mãe de Deus, completamente intacta e impoluta." (Sto. Ath. Or. in pur. B.V.).
 Santo Efrém: "Maria é Mãe de Deus sem culpa" (S. Ephre. in Thren. B.V.).
 S. Jerônimo: "Maria é verdadeiramente Mãe de Deus". (S. Jerôn. in Serm. Ass. B. V.).
 Santo Agostinho: "Maria é Mãe de Deus, feita pela mão de Deus". (S. Agost. in orat. ad heres.).
 E assim por diante.
 Todos os Santos Padres rivalizaram em amor e veneração, proclamando Maria: Santa e Imaculada Mãe de Deus.
 Terminemos estas citações, que podíamos prolongar por páginas afora, pela citação do argumento com que S. Cirilo refutou Nestório:
 "Maria Santíssima, diz o grande polemista, é Mãe de Cristo e Mãe de Deus. A carne de Cristo não foi primeiro concebida, depois animada, e enfim assumida pelo Verbo; mas no mesmo momento foi concebida e unida à alma do Verbo. Não houve, pois, intervalo de tempo entre o instante da Conceição da carne, que permitiria chamar Maria "Mãe de um homem", e a vinda da majestade divina. No mesmo instante a carne de Cristo foi concebida e unida à alma e ao Verbo".
 Vê-se, através destas citações, que nenhuma dúvida, nenhuma hesitação existe sobre este ponto no espírito dos Santos Padres. É uma verdade Evangélica, tradicional, universal, que todos aceitam e professam.
 Conclusão: Dever de culto à Mãe de Deus
 Maria é Mãe de Deus... é absolutamente certo. Esta dignidade supera todas as demais dignidades, pois representa o grau último a que pode ser elevada uma criatura.
 Oro, toda dignidade supõe um direito; e não há direito numa pessoa, sem que haja dever noutra.
 Se Deus elevou tão alto a sua Mãe, é porque Ele quer que ela seja por nós honrada e exaltada.
 Não estamos bastante convencidos desta verdade, porque, comparando Maria Santíssima com as outras mães, representamo-nos a qualidade de Mãe de Deus sob seu aspecto exterior e acidental, enquanto na realidade a base de sua excelência ela a possui em seu "próprio ser moral", que influi em seu "ser físico".
 Maria concebeu o Verbo divino em seu seio, porém esta Conceição foi efeito de uma plenitude de graças e de uma operação do Espírito Santo em sua alma.
 Pode-se dizer que a mãe não se torna mais recomendável por ter dado à luz um grande homem, pois isto não lhe traz nenhum aumento de virtude ou de perfeição; mas a dignidade de Mãe de Deus, em Maria Santíssima, é a obra de sua santificação, da graça que a eleva acima dos próprios anjos, da graça a que ela foi predestinada, e na qual foi concebida, para alcançar este fim sublime de ser "Mãe de Deus": é a sua própria pessoa.
 Diante de tal maravilha, única no mundo e no céu, eu pergunto aos pobres protestantes: não é lógico, não é necessário, não é imperioso que os homens louvem e exaltem àquela que Deus louvou e exaltou acima de todas as criaturas?
 Se fosse proibido cultuar à Santíssima Virgem, como querem os protestantes, o primeiro violador foi o próprio Deus, que mandou saudar à Virgem Maria, pelo arcanjo S. Gabriel: "Ave, cheia de graça!" (Lc 1, 28).
 Santa Isabel: "Bendita sois vós entre as mulheres" (Lc 1, 42)
 Igualmente, a própria Nossa Senhora nos diz: "Doravante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada..." (Lc 1, 48).
 Todos esses atos indicam o culto à Nossa Senhora, a honra que lhe é devida.
 O Arcanjo é culpado, Santa Isabel é culpada, os evangelistas são culpados, os santos são culpados e 19 séculos de cristianismo também... Só os protestantes não...
 Desde os primórdios do Cristianismo, como já vimos, era comum o culto à Maria Santíssima.
 Em 340, S. Atanásio, resumindo  os dizeres de seus antecessores nos primeiros séculos, S. Justino, S. Irineu, Tertuliano, e Orígenes, exclama: "Todas as hierarquias do céu vos exaltam, ó Maria, e nós, que somos vossos filhos da terra, ousamos invocar-vos e dizer-vos: Ó vós, que sois cheia de graça, ó Maria, rogai por nós!"
 Nas catacumbas encontram-se, em toda parte, imagens e estátuas da Virgem Maria.
 O culto de Nossa Senhora não é um adorno da religião, mas uma peça constitutiva, parte integral, e indissoluvelmente ligada a todas as verdades e mistérios evangélicos. Querer isolá-lo do conjunto da doutrina de Jesus Cristo é vibrar golpe mortal na religião inteira, fazê-la cair, e nada mais compreender da grandeza em que Deus vem unir-se às criaturas.
 Nossa Senhora é Mãe de Deus: "Maria de qua natus est Jesus!"
 Tudo está compendiado nesta frase. Maria, simples criatura; Jesus, Deus eterno; e a encarnação "de qua natus est"; afinal, a união indissolúvel que produz o nascimento, entre o Filho e a Mãe, a grande e incomparável obra-prima de Deus.
 Ele pode fazer mundos mais vastos, um céu mais esplêndido, mas não pode fazer uma Mãe maior que a Mãe de Deus! (S. Bernardo Spec. B.V. c 10). Aqui Ele se esgotou. É a última palavra de seu poder e de seu amor!
 

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Santo do dia ... sao lazaro



  • Lázaro – Nome grego, em hebraico significa Eleazar, cuja tradução é “Deus ajudou”.  
  • Nasceu em Betânia, na Judéia.
  • Sua festa litúrgica celebra-se a 17 de dezembro.
  • Padroeiro dos leprosos.



VIDA:

Lázaro de Betânia, na Judéia, teve a honra de merecer a amizade de Jesus e de desfrutar de sua companhia em sua própria casa. Este santo deve à amizade de Jesus, além da espetacular ressurreição do túmulo, o culto que recebe da Igreja ao longo dos séculos.

A casa de Lázaro era um lugar onde Jesus costumava passar alguns momentos de descanso. Apenas a três milhas de Jerusalém, era uma próspera propriedade agrícola, em Betânia. Lázaro era estimado e respeitado pela comunidade hebraica, pela origem nobre, honestidade e religiosidade da família. Tinha duas irmãs, Marta e Maria, e, ao que parece, os três eram solteiros. Essa amizade, não se sabe quando começou. As narrações feitas pelos evangelistas mostram Jesus sendo confortado pelas atenções dessas irmãs devido à sincera e confiante amizade do dono da casa. Notadamente, Lázaro era um amigo predileto, talvez um de seus primeiros discípulos.

Certo dia, o amigo adoeceu gravemente e as irmãs mandaram avisar Jesus, que estava pregando na distante Galiléia. Aparentando indiferença, Jesus continuou lá, em atividade, mais alguns dias. Veio, então, a triste notícia: "Lázaro, nosso amigo, dorme, vou despertá-lo do sono" disse Jesus. Os discípulos só entenderam que Lázaro havia morrido após a explicação clara de Jesus: "Lázaro morreu, mas me alegro por vossa causa por não estar presente, a fim de que acrediteis. Vamos vê-lo!" (Jo 11,14).

Quatro dias após o sepultamento, Jesus chegou. Marta chamou sua irmã Maria, e junto com Cristo foram ao sepulcro. As duas irmãs choraram e os amigos que estavam presentes se comoveram. O próprio Jesus também chorou. "Vejam quanto o amava", exclamaram os judeus que notaram o rosto de Jesus com lágrimas. Então, Jesus mandou abrir o sepulcro, entrou nele e, vendo Lázaro enfaixado, ordenou que ele saísse e andasse. Jesus tinha nas palavras a autoridade sobre a vida e a morte. E Lázaro viveu novamente. Alguns dias depois, Lázaro e suas irmãs ofereceram um banquete em agradecimento a Jesus pelo milagre realizado.

Depois desse evento, as Sagradas Escrituras não citam mais os três irmãos. A ressurreição de Lázaro assumiu valor simbólico e profético como prefiguração da ressurreição de Cristo. A casa de Betânia e o túmulo de Lázaro se tornaram as primeiras metas das peregrinações dos cristãos. Este santo é o único a ter o privilégio de ocupar dois túmulos, porque morreu duas vezes.

Embora uma antiga tradição Oriental diga que Lázaro foi bispo e mártir na ilha de Chipre e outra que ele teria viajado para a França e se tornado o primeiro bispo de Marselha, o certo é que Lázaro encerrou sua vida, santamente, como "amigo de Jesus" e, assim, merecedor de nossa veneração. A Igreja escolheu o dia 17 de dezembro para seu culto.

ORAÇÃO:

Você que alcançou pela fé e pelo amor a salvação da sua carne, peça por mim, ao Suave Jesus que me salve também. Assim como Marta e Maria pediram por você, de joelhos, eu rogo, São Lázaro, me ajude nas horas tristes, me ampare em minhas dores e livre meu corpo e meu espírito de toda e qualquer doença, de todo e qualquer mal.  Amém.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Magnificat...um canto de louvor..





E a primeira palavra da versão em latim desse cântico de Maria do evangelho de Lucas.Muitos biblista  acham que Maria não disse exactamente com estas palavras neste exato momento também .Para nos hoje e dificio lembra exactamente quais forram as oraçãoes espontanes que fizemos a tantos anos atrás .Não nos esqueçamos  que Lucas viveu e escreveu seu evangelho muito anos após a morte de Jesus .Porem este cântico nos mostra  como a comunidade primitiva via Maria , e um testemunho sobre a pessoa desta mulher única.
   Os relatos  da infância de jesus no evangelho de Lucas trazem vários hinos :o cântico de Zacarias  o dia Maria e o de Simeão.Estes cânticos  tem em comuna a presença do espírito santo , o anuncio da salvação de Jesus traz , a promessa  de libertação que estendera  sobre toda a humanidade um clima d esperança  e a certeza  da vitoria do bem e da luz.Ano nos esqueçamos também  que este camtico tem muita semelhança com outros cânticos do antigo testamento como por exemplo  cântico de Ana.
    O magnificat  pode ser dividido em três partes:
  1.  Maria ,a mulher de fé ,se vê  como humilde servidora.Louva a adeus pela salvação recebida mostrando assim sua profunda espiritualidade(lc 1,46-50)
  2. Maria ,a profetiza ,se revela como um membro da nova humanidade .eleprclama a vinda do reino de Deus pois recebe que Deus esta transformando as relações sociais.(Lc 1,51-53)
  3. Louvor de um coração humilde .
 
 
                                                                             (continua)
   

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

simbolos natalinos... O presepio

Presépio de Natal
História, significado do presépio de Natal, imagem, origem, montagem do presépio, tamanhos, materiais usados
presépio de Natal
Significado do présepio de Natal
O presépio é uma montagem com peças, que faz referência ao momento do nascimento de Jesus Cristo. Com o menino Jesus na manjedoura ao centro, o presépio apresenta o local  e os personagens bíblicos que estavam presentes neste importante momento cristão.
Origem do presépio de Natal
De acordo com fontes históricas, o primeiro presépio foi montado por São Francisco de Assis no Natal de 1223. O frade católico, montou o presépio em argila na floresta de Greccio (comuna italiana da região do Lácio). Sua ideia era montar o presépio para explicar as pessoas mais simples o significado e como foi o nascimento de Jesus Cristo.
No século XVIII, a tradição de montar o presépio, dentro das casas das famílias, se popularizou pela Europa e, logo em seguida, por outras regiões do mundo.
Tradição da montagem do presépio
É tradição em várias regiões do mundo a montagem do presépio na época de Natal. Os presépios podem varias em tamanho e materiais usados. Existem presépios minúsculos e outros em tamanho real. As peças podem ser feitas de madeira, argila, metal ou outros materiais. O mais comum, atualmente, é a montagem dentro das casas das famílias cristãs. Porém, encontramos também presépios em lojas, empresas, praças, escolas e outros locais públicos.
Peças do presépio (personagens representados)
- Menino Jesus (filho de Deus e o Salvador)
- Virgem Maria (mãe de Jesus Cristo)
- José (pai de Jesus Cristo)
- Manjedoura com palhas em um curral (local onde nasceu Jesus)
- Burro e Boi ou ovelhas (animais do curral, representam a simplicidade do local onde Jesus nasceu)
- Anjos (responsáveis por anunciar a chegada de Jesus)
- Estrela de Belém (orientou os reis Magos quando Jesus nasceu)
- Pastores (representam a simplicidade das pessoas do local em que Jesus nasceu)
- Reis Magos (Melquior, Baltazar e Gaspar)

esta no ar o jornal maria mae da igreja

tema dee hoje
argélia: Sentença contra cristãos 
O juiz do Tribunal Penal de Larbaa Nath Irathen, perto de Tizi Ouzou, na Cabília, região de língua e tradição berbere da Argélia, publicou no último domingo, a sentença contra quatro cristãos do vilarejo de Ath Attel, entre os quais o pastor da pequena comunidade evangélica, Mahmoud Yahou, de 43 anos. O processo contra os quatro, acusados de “abertura de um lugar de culto sem autorização da Comissão Nacional de culto não-muçulmano, teve início no último dia 28 de novembro.

Conforme revelado pelo jornal El Watan, três dos réus - Abdenour Raid, Nacer Mokrani, e Idir Haoudj - foram condenados a uma pena de dois meses de prisão, com a liberdade condicional. O pastor Yahou, contra o qual tinha sido movido também a acusação de “ter acolhido sem permissão”, um pastor francês que foi à Argélia para uma conferência, recebeu uma sentença de três meses de prisão em liberdade condicional e uma multa de 10.000 dinares. A Lei n º 03/06, promulgada em fevereiro de 2006 representa uma verdadeira ofensiva contra os cultos não-muçulmanos em um país que na década de 90 foi alvo dos fundamentalistas islâmicos. 
 
Bélgica: Cem milhões de europeus ameaçados pela pobreza -
Mais de cem milhões de europeus estão ameaçados pela pobreza e a exclusão social, segundo dados revelados num relatório do Gabinete de Estatísticas da União Europeia (Eurostat) intitulado "Rendimento e condições de vida na Europa".

Tal relatório será apresentado na conferência de encerramento do ano europeu de luta contra a pobreza que se realizará nos próximos dias 16 e 17, em Bruxelas, na Bélgica.

O gabinete utilizou três critérios básicos e dados numéricos relativos a 2008: risco de pobreza, com renda abaixo de 60% da renda per capita nacional; grave situação de privação material, com pessoas que não podem pagar as contas de casa, aquecer adequadamente a moradia e não possuem uma televisão colorida ou telefone; e famílias com baixa intensidade de trabalho.

O relatório revela que 81 milhões de pessoas estão ameaçadas pela pobreza em 27 países membros da União Europeia. As realidades mais preocupantes se verificam na Letônia, Romênia e Bulgária. Além disso, 34 milhões de pessoas vivem em famílias que possuem poucos trabalhos, sobretudo na Irlanda, Hungria, Bélgica e Alemanha.
 
Assassinato Sacerdotal no Equador
Foi assassinado nos dias passados no Equador, Frei Miroslaw Karczewski, frade menor Conventual. Ele tinha 45 anos. Foi morto na casa paroquial de Santo Antônio de Pádua em Santo Domingo de Los Colorados, norte do país, cerca de 300 km de Quito. O sacerdote fazia parte da Província polonesa da Ordem dos Frades Menores e trabalhava nesta paróquia há cinco anos.

De acordo com informações recolhidas pela agência Fides, o franciscano devia celebrar a Santa Missa às 19 horas, mas não apareceu, assim os paroquianos foram procurá-lo em casa, e o encontraram morto. O responsável dos Franciscanos do Equador, Padre Juan Luna, afirmou em comunicado que o sacerdote tinha cortes no pescoço e em outras partes do corpo, por isso se presume que tenha lutado com o assassino.

Parece que Frei Miroslaw quando abriu a canônica ao seu agressor, estava sozinho. Depois de assassiná-lo, atingindo-o com um grande crucifixo, o criminoso roubou o celular e o computador do sacerdote. A polícia disse que o franciscano tinha sido já assaltado há um ano, em sua casa, e tinha visto o rosto dos criminosos que haviam ameaçado de matá-lo se ele os denunciasse.

Frei Miroslaw pertencia à Província de São Maximiliano Kolbe (Polônia - Gdansk). Nasceu em 1965 em Połczyn Zdrój, e foi ordenado sacerdote em 1993 em Koszalin. Após sua ordenação, trabalhou por dois anos no convento de S. Maximiliano em Gdynia. Em 1995, partiu para o Equador.
 
 

Santo do dia....


14/12
São João da Cruz
São João da Cruz nasceu perto de Ávila, em Fontiveros, Espanha, no ano de 1542. Era filho de tecelões. Após ter dado prova da sua imperícia nas várias ocupações às quais a família, muito pobre, tentou encaminhá-lo, ao vinte anos, ingressou na Ordem dos Carmelitas. Estudou artes e teologia em Salamanca, onde foi prefeito dos estudantes. Foi ordenado sacerdote no ano de 1567, época em que se encontrou com Santa Teresa de Ávila (Teresa de Jesus) a reformadora das carmelitas. A Santa fundadora tinha em mente ampliar a reforma também aos conventos masculinos da Ordem Carmelita, e seu tino delicado fê-la entrever naquele frade, pequeno, extremamente sério, fisicamente insignificante, mas rico interiormente, o sócio ideal para levar adiante o seu corajoso projeto.

Aos vinte e cinco anos de idade deu prova de coragem e desde esse dia trocou o nome, chamando-se João da Cruz e pôs mãos à obra na reforma, fundando em Durvelo o primeiro convento dos carmelitas descalços. Santa Teresa de Jesus chamava-o de seu pequeno Sêneca, brincava amavelmente com a sua baixa estatura mas não hesitava em considerá-lo o pai de sua alma, afirmando também que não era possível discorrer com ele sobre Deus sem vê-lo em êxtase. Vinte e sete anos mais jovem que Teresa, João de Yepes é uma das figuras da mística moderna.

Mas a volta mística religiosidade do deserto custou ao santo fundador maus-tratos físicos e difamações: em 2577 foi até preso por oito meses no cárcere de Toledo. Mas foi nessas trevas exteriores que se acendeu a grande chama da sua poesia espiritual. " Padecer e depois morrer " era o lema do autor da Noite escura da alma, da Subida do monte Carmelo, do Cântico espiritual e da Chama de amor viva.

São João da Cruz, morreu no convento de Ubeda, aos quarenta e nove anos, no dia 14 de dezembro de 1591. Foi canonizado em 1726. O Papa Pio XI lhe conferiu o título de doutor da Igreja, dois séculos depois.

Oremos: Deus nosso Pai, a exemplo de São João da Cruz, fazei que cada um de nós progrida na vida espiritual e caminhe para vós, que nos inspire o gosto pelas coisas de Deus e nos ensine a vos amor com todas as nossas forças e de todo coração. Amém.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

oraçao a santa luzia

Santa Luzia preferistes deixar que os vossos olhos fossem vazados e arrancados antes de negar a fé e conspurcar vossa alma; e Deus com um milagre extraordinário, vos devolveu outros dois olhos sãos e perfeitos para recompensar vossa virtude e vossa fé, e vos constituiu protetora contra as doenças dos olhos, eu recorro à vós para que protejais minhas vistas e cureis a doença de meus olhos.
Ó Santa Luzia, conservai a luz dos meus olhos para que eu possa ver as belezas da criação, o brilho do sol, o colorido das flores, o sorriso das crianças.
Conservai também os olhos de minha alma, a fé, pela qual eu posso conhecer o meu Deus, compreender os seus ensinamentos, reconhecer o seu amor para comigo e nunca errar o caminho que me conduzirá onde vós, Santa Luzia, vos encontrais, em companhia dos Anjos e Santos.
Santa Luzia, protejei meus olhos e conservai minha fé.
Amém.

Santa luzia....a santa dos olhos

Santa Luzia, como se lê nas Atas, pertencia a uma família rica de Siracusa. A mãe dela, Eutíquie, ficou viúva e havia prometido dar a filha como esposa a um jovem concidadão. Luzia, que tinha feito voto de conservar-se virgem por amor a Cristo, obteve que as núpcias fossem adiadas, também porque a mãe foi atingida por uma grave doença. Devota de santa Águeda, a mártir de Catânia, que vivera meio século antes, Luzia quis levar a mãe enferma em visita à tumba da Santa. Desta peregrinação a mulher voltou perfeitamente curada e por isso concordou com a filha dando-lhe licença para seguir a vida que havia escolhido; consentiu também que ela distribuísse aos pobres da cidade os bens do seu rico dote. O noivo rejeitado vingou-se acusando Luzia de ser cristã ao procônsul Pascásio. Ameaçada de ser exposta ao prostíbulo para que se contaminasse, Luzia deu ao procônsul uma sábia resposta: "O corpo se contamina se a alma consente."
O procônsul quis passar das ameaças aos fatos, mas o corpo de Luzia ficou tão pesado que dezenas de homens não conseguiram carregá-lo sequer um palmo. Um golpe de espada pôs fim a uma longa série de sofrimentos, mas mesmo com a goela cortada, a jovem continuou a exortar os fiéis a antepor os deveres para com Deus àqueles para com as criaturas, até que os companheiros de fé, que faziam um círculo em volta dela, selaram o seu comovente testemunho com a palavra Amém.

Testemunham-lhe a antiga devoção, que se difundiu muito rapidamente não só no Ocidente, mas também no Oriente. O episódio da cegueira, ao qual ordinariamente chamam a atenção as imagens de Santa Luzia, está provavelmente vinculado ao nome: Luzia (Lúcia) derivada de lux (= luz), elemento indissolúvel unido não só ao sentido da vista, mas também à faculdade espiritual de captar a realidade sobrenatural. Por este motivo Dante Alighieri, na Divina Comédia, atribui a Santa Lúcia ou Luzia a função de graça iluminadora.

Santa Luzia, rogai por nós e pelos nossos. Amém.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Respondendo a algumas objeções protestantes

Os Evangelhos falam pouco de Nossa Senhora Uma objeção comum dos protestantes é de que o Novo Testamento pouco fala de Nossa Senhora. Logo, eles concluem que Maria Santíssima não tem tanta importância, pois se tivesse, as Epístolas dos Apóstolos com certeza ensinariam a respeito.
O fato do Novo Testamento, aparentemente, pouco falar de Nossa Senhora não significa muita coisa. Os Evangelhos apenas tratam da "Vida Pública" de Nosso Senhor, durante apenas 3 anos de sua vida. As Epístolas tratam da expansão da Igreja de Cristo.
Pelo raciocínio protestante, a chamada "vida oculta" de Nosso Senhor (até os 30 anos de idade) significaria que durante 30 anos de sua vida, Nosso Senhor não tinha muita importância...
Ora, Jesus Cristo passou 30 anos com Nossa Senhora e só 3 anos com o resto da humanidade. Será que isso já não é sinal de que há muitas coisas que não conhecemos da vida de Nosso Senhor e de Nossa Senhora? "Há ainda muitas coisas feitas por Jesus, as quais, se se escrevessem uma por uma, creio que este mundo não poderia conter os livros que se deveriam escrever" (Jo 21,25).
Pois bem, já por aí se percebe a precipitação do raciocínio de alguns protestantes.
Agora podemos analisar se, de fato, os Evangelhos falam pouco de Nossa Senhora.
Os católicos conhecem a obra prima de Deus, que é Nossa Senhora, a criatura mais perfeita que foi criada, onde Deus escolheu como tabernáculo para si: "Cristo, porém, apareceu como um pontífice dos bens futuros. Entrou no tabernáculo mais excelente e perfeito, não construído por mãos humanas, nem mesmo deste mundo" (Hebr 9, 12).
Esse tarbenáculo mais excelente e perfeito foi saudado pelo Arcanjo S. Gabriel: "Ave, cheia de graça. O Senhor é convosco". Quanta grandeza apenas nessas palavras. Nossa Senhora tinha a graça de Deus e Deus era com Ela ainda antes da concepção...
Naquele momento se cumpria todas as profecias da vinda do Messias. Era o momento da encarnação do Verbo de Deus, onde tudo dependia de um consentimento de uma "virgem", o seu "sim" nos trouxe o Messias esperado.
A maneira da saudação angélica transparece a grandeza de Nossa Senhora, pois o Anjo a saúda com a "Ave, Cheia de Graça". Ele troca o nome "Maria" pela qualidade "Cheia de Graça", como Deus desejou chamá-la.
Ela era a criatura que havia "achado graça diante de Deus" e, por isso, foi escolhida como a Mãe Dele.
E continua o Arcanjo: "Bendita sois vós entre as mulheres."
Poucas palavras - e palavras tão simples - para mostrar o fato central do cristianismo: a encarnação do Verbo de Deus. Um fato esperado pelos séculos, cujo os profetas não viram... apesar de tanto terem desejado. Todas as profecias do Antigo Testamento inclinam-se diante dessas poucas palavras. Todo o Novo Evangelho é conseqüência dessa encarnação, e todo o Antigo Testamento era o prenúncio do que ocorria naquele momento, naquele pequeno cômodo da casa de Nazaré, onde uma Virgem recebia a visita de um enviado de Deus.
Que maravilha da graça se operava naquele momento, quando a Virgem Maria cooperava, pelo livre consentimento de sua fé, de sua virgindade, de sua humildade, para o mistério inicial do Cristianismo, coberta pela sombra do altíssimo, revestida do Espírito Santo, e concebendo, em seu seio virginal, o próprio Filho de Deus!
Logo em seguida, que culto já não lhe prestou a própria Santa Izabel quando a aclamou: "Mãe de meu Senhor": "Donde me vem a dita que a Mãe de meu Senhor venha visitar-me?" (Lc 1, 43). E, no ventre de Santa Izabel, exultava S. João Batista ao ouvir a voz de Nossa Senhora.
Santa Izabel, repleta do Espírito Santo, exclama em alta voz, repetindo e completando as palavras do Anjo: "Bendita sois vós entre todas as mulheres; bendito é o fruto do vosso ventre!".
E a própria Nossa Senhora completa, inspirada pelo Espírito de Deus: "De hoje em diante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque Aquele que é todo poderoso fez em mim grandes coisas!" (Lc 1, 48).
Já na manjedoura os Reis Magos foram adorar o Menino-Deus "nos braços de Maria, sua mãe" (Mt 2, 11), como fazem todos os católicos do mundo inteiro.
E o velho Simeão, profetizando, associa a Virgem Mãe de Deus a todas as contradições a que estaria sujeito o seu Filho, e de modo particular ao gládio de dor que deverá uní-lo no grande suplício (Lc 2, 34).
E como poderia ser menor a grandeza Daquela que tinha autoridade sobre o próprio Deus, que a obedecia na intimidade do lar: "... mostrando-se submisso a ela em tudo" (Lc 2, 51).
Nas Bodas de Caná transparece de modo fulgurante o poder da Santíssima Virgem, que é capaz de "alterar" a hora de Deus, que a adianta pelo pedido de sua Mãe, fazendo o seu primeiro milagre e confirmando a fé em seus apóstolos, mudando a água em vinho (Jo 2, 1- 11).
É por isso que nos diz o Evangelho, narrando a grandeza de Maria Santíssima: "Bem-aventurada as entranhas que te trouxeram e o seio que te amamentou" (Lc 11, 27).
Eis o culto de Nossa Senhora fundado no Evangelho, dele dimanando como de sua "fonte divina", e dali se irradiando séculos afora. Eis o culto de Maria Santíssima, não escondido nas trevas, nem envolto no silêncio, mas divinamente proclamado à face do universo.
Os séculos ouvirão e compreenderão estes exemplos e lições evangélicas. E é para lhes corresponder que os cristãos de todos os tempos irão prostrar-se aos pés de Maria, implorando-lhe auxílio e proteção.
Os Evangelhos, afinal, falam pouco de Nossa Senhora? Só se déssemos primazia à quantidade em detrimento das palavras... Maior foi o milagre da encarnação do que todas as ressurreições operadas por Nosso Senhor Jesus Cristo. Se não houvesse a encarnação, não haveria a Redenção.
É certo que Nossa Senhora, durante toda a sua vida, procurou ficar no anonimato, escondida dos homens e amada por Deus.
Era tanto o esplendor da Santíssima Virgem que S. Dionísio, o areópagita, declara que teria considerado Maria como uma divindade, se a fé não lhe houvera ensinado ser ela a mais perfeita imagem que de si formara a Onipotência.
Santo Irineu dizia: "Os laços, pelos quais Eva se deixou acorrentar, por sua credulidade, Maria rompeu-os pela sua fé". Referindo-se, é claro, à passagem do Gênesis: "Ei de por inimizade entre ti e a mulher, entre sua raça (semente) e a tua; ela te esmagará a cabeça" (Gen 3, 15). O que Eva perdeu por orgulho, Nossa Senhora ganhou por humildade.
São tantos os mistérios da Maternidade de Maria Santíssima...
É certo que os Evangelistas evitaram falar muito de Nossa Senhora, ou por pedido Dela, ou para evitar um culto equivocado à Mãe de Deus junto a um povo que era politeísta. Mas o pouco que falam, falam muito! Ela é verdadeiramente Mãe de um Deus que é Homem e de um Homem que é Deus. Ela é verdadeiramente nossa mãe quando, aos pés da cruz, Nosso Senhor a confiou a S. João. Ela é a onipotência suplicante que é capaz de mudar a "hora" de Deus. Ela é verdadeiramente Imaculada, isenta do Pecado Original, sendo o "tabernáculo" puríssimo que Deus escolheu para si.
Os evangelistas em suas liturgias, entretanto, muito falaram de Nossa Senhora, como veremos nos tópicos seguintes, que demonstram, inequivocamente, a grandeza do nome da Virgem de Nazaré, a Mãe de Deus, a Imaculada Conceição, a Onipotência suplicante, a Medianeira universal de todas as Graças, assunta ao Céu de corpo e alma, Rainha dos homens e dos anjos.
- Os pretensos "irmãos de Jesus"
Em diversos lugares, o Evangelho fala desses 'irmãos'. Assim, S. Marcos e S. Lucas referem que 'estando Jesus a falar, disse-lhe alguém: eis que estão lá fora tua mãe e teus irmãos que querem ver-te" (Mt 12, 46-47; Mc 3, 31-32; Lc 8, 19-20).  S. João, por sua vez, fala de tais 'irmãos' (Jo 7, 1-10).
A bela objeção protestante apenas mostra uma ignorância da própria Bíblia que dizem conhecer...
As línguas hebraica e aramaica não possuem palavras que traduzam o nosso 'primo' ou 'prima', e serve-se da palavra 'irmão' ou 'irmã'.
A palavra hebraica 'ha', e a aramaica 'aha', são empregadas para designar 'irmãos' ou 'irmãs' dos mesmo pai, não da mesma mãe (Gn 37, 16; 42, 15; 43, 5; 12, 8-14; 39, 15), sobrinhos, primos irmãos (1 Par 23, 21), e primos segundos (Lv 10, 4) - e até 'parentes' em geral (Job 19, 13-14; 42, 11).
Os trechos acima demonstram, inequivocamente, que a palavra 'irmão' era uma expressão genérica, geral.
Há muitos exemplos na Sagrada Escritura. Lê-se no Gêneses que 'Taré era pai de Abraão e de Harão, e que Harão gerou a Lot (Gn 11, 27), que, por conseguinte, vinha a ser sobrinho de Abraão. Contudo, no mesmo Gênesis, mais adiante, chama a Lot 'irmão de Abraão' (Gn 13, 3). 'Disse Abraão a Lot: nós somos irmãos" (Gn 14, 14)
Jacó se declara irmão de Labão, quando, na verdade, era filho de Rebeca, irmã de Labão (Gn 29, 12-15).
No Novo Testamento, fica claríssimo que os 'irmãos de Jesus' não eram filhos de Nossa Senhora.
Os supostos 'irmãos de Jesus' são indicados por S. Marcos: "Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão e não estão aqui conosco suas irmãs?"
Tiago e Judas, conforme afirma S. Lucas, eram filhos de Alfeu e Cleófas: 'Chamou Tiago, filho de Alfeu... e Judas, irmão de Tiago" (Lc 6, 15-16). E ainda: "Chamou Judas, irmão de Tiago" ( Lc 6, 16)
Quanto a 'José', S. Mateus diz que é irmão de Tiago: "Entre os quais estava... Maria, mãe de Tiago e de José" (Mt 27, 56).
Em S. Mateus se lê: "Estavam ali (no calvário), a observar de longe...., Maria Mágdala, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu". Essa Maria, mãe de Tiago e José, não é a esposa de S. José, mas de Cleofas, conforme S. João (19, 25). Era também a irmã de Nossa Senhora, como se lê em S. João (19, 25): "Estavam junto à Cruz de Jesus sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria (esposa) de Cleofas, e Maria de Mágadala".
Simão, irmão dos três outros, 'Tiago, José e Judas' são verdadeiramente irmãos entre si, filhos do mesmo pai e da mesma mãe. Alfeu (ou Cleophas) é o pai deles.
Da mesma forma, se Nossa Senhora tivesse outros filhos, ela não teria ficado aos cuidados de S. João Evangelista, que não era da família, mas com seu filho mais velho, segundo ordenava a Lei de Moisés.
Eis um dilema sem saída para os protestantes, pois os 'irmãos de Jesus' são filhos de Maria Cléofas e Alfeu.
Também decorre uma pergunta: Por que nunca os evangelhos chamam os 'irmãos de Jesus' de 'filhos de Maria' ou de 'José', como fazem em relação à Nosso Senhor?
E como, durante toda a vida da Sagrada Família, os número de seus membros é sempre três? A fuga para o Egito, a perda e o encontro no templo, etc...
Desta forma, fica provado o equívoco levantado por alguns protestantes.
A perpétua virgindade da Santíssima Virgem
Desde o início do cristianismo Nossa Senhora era cultuada como "Áiepartenon", isto é, a "sempre Virgem".
A virgindade eterna de Maria é facilmente demonstrável, quer seja pela Sagrada Escritura ou pela Tradição, quer seja pela lógica.
O que devemos provar: a) Nossa Senhora era Virgem antes do parto; b) Nossa Senhora permaneceu Virgem durante o parto e c) Nossa Senhora permaneceu virgem após o parto.
Três asserções que vou provar aqui com a Bíblia na mão, e um pouco de lógica na cabeça. Aliás, a terceira já está provada pela própria explicação dos irmãos de Jesus. Todavia, vamos aprofundar mais um pouco a análise.
Nossa Senhora era Virgem antes do parto
A primeira asserção é admitida pelos próprios protestantes, pois se encontra positivamente no Evangelho: "O Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma virgem desposada... e o nome da Virgem era Maria". (Luc. I, 26).
Mais positivo ainda é o testemunho da própria Virgem objetando ao anjo: "Como se fará isso, pois eu não conheço varão?". Nenhuma dúvida subsiste - Maria Santíssima era Virgem.
Nossa Senhora permaneceu Virgem durante o parto
A segunda asserção, mostrando que a Mãe de Jesus ficou virgem no parto, pode deduzir-se dos mesmos textos. O que é concebido por milagre deve nascer por milagre; o nascimento é a conseqüência da concepção; sem esta conseqüência, o milagre seria incompleto. Em outras palavras, Deus teria operado um milagre incompleto ao desejar manter a virgindade de Nossa Senhora e não tendo levado essa promessa até o final. "Como se fará isso, pois eu não conheço varão?" "O Santo, que há de nascer de ti, será chamado Filho de Deus, porque a Deus nada é impossível" (Luc 1, 35). A Deus nada é impossível, a virgindade de Nossa Senhora seria preservada, mesmo ela "não conhecendo varão".
Continuamos na argumentação. O Evangelho nos mostra que Maria, tendo chegado ao termo ordinário da natureza, "deu à luz o seu filho. E estando ali, aconteceu completarem-se os dias em que devia dar à luz" (Luc. 1, 6).
Ora, "conceber" e "dar à luz" são dois termos de uma ação única. A mãe concebe, para dar à luz - é uma só ação: gerar filhos. O parto e a conceição são inseparavelmente ligados, sendo o primeiro o preço doloroso da segunda (perder a virgindade); sendo Maria Santíssima libertada da segunda parte, por meio do milagre de Deus, deve sê-lo da primeira, pois para Deus não é mais custoso fazer "nascer" virginalmente do que fazer "conceber" virginalmente.
Ademais, se a ação virginal havia começado, pela ação do Espírito Santo, Deus completaria essa ação no momento em que esta chegasse ao seu final. É uma conseqüência lógica e necessária, sob pena de negar o milagre completo de Deus manifestado em sua vontade e na resolução de Nossa Senhora de manter a virgindade.
A própria dúvida de Nossa Senhora em relação à concepção deixa claro a posição dela perante a virgindade: "Como se fará isso, pois eu não conheço varão?". O Anjo resolve o problema: "O Santo, que há de nascer de ti, será chamado Filho de Deus, porque a Deus nada é impossível" (Luc. 1, 35).
A conceição da Virgem Santíssima é, pois, obra do Espírito Santo: "O Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. E por isso mesmo o santo que há de nascer de ti será chamado Filho de Deus." (Luc. 1, 35).
"Conceber" Jesus e "dá-lo à luz" são, textual e literalmente, um só milagre, o milagre da encarnação. Separar estes dois termos, que o Evangelista resumiu de propósito numa única frase, é adulterar de maneira visível o texto e a significação da palavra de Deus.
Sendo Nossa Senhora virgem antes do parto, deve sê-lo também durante o parto, pois o milagre da encarnação é uno e completo. E isto é muito conforme à profecia: "uma virgem conceberá e dará à luz". É o próprio Evangelho que faz a aplicação desta profecia: "Ora, tudo aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo Senhor, por meio do profeta" (Mat. 1, 22). Ou seja, conceber e dar à luz, virginalmente!
A Virgindade de Nossa Senhora antes e durante o parto é uma verdade que não se pode negar, senão espezinhando-se todas as regras da lógica e da hermenêutica. Deus quis manter a virgindade de Nossa Senhora antes e durante o parto, não o precisava, mas assim o fez.
Nossa Senhora permaneceu virgem após o parto
Sobre a virgindade de Nossa Senhora após o parto, já provamos anteriormente. Todavia, para dar mais realce à explicação, façamos um pequeno exercício de hermenêutica.
Quando Nossa Senhora afirma, categoricamente, "eu não conheço varão", ela não está dizendo que "até o momento eu não conheço", mas que ela, por opção pessoal, não "conhece varão", o que dá uma extensão geral à sua afirmação.
Segundo a tradição, Nossa Senhora havia feito um voto de castidade perpétua e assim o manteve, mesmo vivendo com S. José, como fica clara pela própria afirmação dela ("Eu não conheço varão"), quando já estava desposada de S. José.
Se não fosse propósito de Nossa Senhora manter a castidade perpétua, sua afirmação não teria propósito, pois o Anjo poderia lhe responder: "se ainda não conhece, conhecê-lo-á logo; não é José teu esposo? ". A sua afirmação só faz sentido, dentro do contexto, tendo Nossa Senhora feito o voto de castidade perpétua.
S. Marcos, na mesma linha, chama Jesus "O filho de Maria" - "uiós Marias" - (Marc. 6, 3), e não um dos filhos de Maria, como querendo mostrar que ele era o seu filho único.
Tudo isso ficará mais claro quando tratarmos da Imaculada Conceição segundo a Tradição, onde os evangelistas descrevem a virgindade perpétua de Maria Santíssima.
Desfazendo objeções protestante: "antes de coabitarem", "filho primogênito" e "não a conhecia até que ela desse à luz"
a) "antes de coabitarem"
S. Mateus: "Maria, sua Mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, ela concebeu por virtude do Espírito Santo" (Mt 1, 18). Ora, "antes de coabitarem" significa apenas "antes de morarem juntos na mesma casa". Isso  aconteceu quando "José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa (Maria)"(Mt 1, 24)
b) "filho primogênito"
S. Lucas: "Maria deu à luz o seu filho primogênito" (Lc 2, 7). Explicação: É errado concluir que devia seguir o segundo filho. A lei de mosaica exige que todo o primogênito seja consagrado a Deus, quer seja filho único ou não: "Consagrar-me-ás todo o primogênito (primeiro gerando) entre os israelitas, tanto homem como animal: ele é meu" (Ex 13, 2). Um exemplo elucidativo encontrado no Egito, retirado de uma inscrição judaica: "Arisoné entre as dores do parto morreu ao dar à luz seu filho primogênito". Ou no Êxodo, quando Deus disse: "Todo o primogênito na terra do Egito morrerá" (Ex 11, 5). E assim aconteceu. "Não havia casa em que não houvesse um morto" (Ex 11, 30). Necessariamente, havia, como em todos os países, casais de um só filho; por exemplo, todos os que se tinham casado nos últimos anos...
Depois, em outro trecho, Deus ordena: "contar todos os primogênitos masculinos dos filhos de Israel, da idade de um mês para cima" (Num 3, 40). Ora, se há primogênito de um mês de idade, como é que se pode exigir que, para haver primeiro, haja um segundo?
Logo, há primogênito sem que haja, necessariamente, um segundo filho.
A primogenitura era um título de dignidade e de honra entre os Judeus. Geralmente, o filho, primeiro, tinha direito a certos privilégios, como os de herdeiro etc, ficando sujeito a certas obrigações, como vemos na Bíblia. (Lc 2, 23)
É, portanto, de propósito e com razão que o Evangelista chama Jesus: "primogênito" - "ton protótokon". Designa-o, deste modo, como herdeiro de David, como tendo um direito privilegiado sobre esta herança (cf Gen 10, 15 - 21, 12).
E é isso que se pode verificar na apresentação de Jesus no templo: "Depois que foram concluídos os dias da purificação de Maria, segundo a lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor: Todo o varão primogênito será consagrado ao Senhor" (Lc 2, 22)
Essa passagem é muito clara e resolve de uma vez a discussão sobre a "primogenitura" de Nosso Senhor, pois a apresentação no templo ocorreu apenas 40 dias após o seu nascimento, como filho único de Nossa Senhora.
c) "não a conhecia até que ela desse à luz"
Em algumas traduções, aparece em S. Mateus: "José não conheceu Maria (= não teve relações com ela) até que ela desse à luz um filho (Jesus)". (Mt 1, 25). Explicação: Seria errado insinuar que depois daquele "até" José devia "conhecer" Maria". "Até", na linguagem bíblica, refere-se apenas ao passado. Exemplo: "Micol, filha de Saul, não teve filhos até ao dia de sua morte" (II Sam 6, 23). Ou então, falando Deus a Jacob do alto da escada que este vira em sonhos, disse-lhe: "Não te abandonarei, enquanto não se cumprir tudo o que disse" (Gen 28, 15). Quererá isso dizer que Deus o abandonaria depois? Em outra passagem, Nosso Senhor diz aos seus Apóstolos: "Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mt 28, 20).
Ora, o texto sagrado deixa claro que a palavra "até" é um reforço do milagre operado, a saber, a encarnação do verbo por obra do Espírito Santo, e não por obra de um homem (S. José).



                                                                    "PAZ E BEM!"           

A Assunção Gloriosa de Nossa Senhora

A Assunção de Nossa Senhora foi transmitida pela tradição escrita e oral da Igreja. Ela não se encontra explicitamente na Sagrada Escritura, mas está implícita.
 Os protestantes acreditam que a Mãe de Deus, apesar de ter sido o Tabernáculo vivo da divindade, devia conhecer a podridão do túmulo, a voracidade dos vermos, o esquecimento da morte, o aniquilamento de sua pessoa.
 Vamos analisar o fato histórico, segundo é contato pelos primeiros cristãos e transmitido pelos séculos de forma inconteste.
 Na ocasião de Pentecostes, Maria Santíssima tinha mais ou menos 47 anos de idade. Depois desse fato, permaneceu Ela ainda 25 anos na terra, para educar e formar, por assim dizer, a Igreja nascente, como outrora ela educara, protegera, e dirigira a infância do Filho de Deus.
 Ela terminou sua "carreira mortal" na idade de 72 anos, conforme a opinião mais comum.
 A morte de Nossa Senhor foi suave, chamada de "dormição".
 Quis Nosso Senhor dar esta suprema consolação à sua Mãe Santíssima e aos seus apóstolos e discípulos que assistiram a "dormição" de Nossa Senhora, entre os quais se sobressai S. Dionísio Aeropagita, discípulo de s. Paulo e primeiro Bispo de Paris, o qual nos conservou a narração desse fato.
 Diversos Santos Padres da Igreja contam que os Apóstolos foram milagrosamente levados para Jerusalém na noite que precedera o desenlace da Bem-aventurada Virgem Maria.
 S. João Damasceno, um dos mais ilustres doutores da Igreja Oriental, refere que os fiéis de Jerusalém, ao terem notícia do falecimento de sua Mãe querida, como a chamavam, vieram em multidão prestar-lhe as últimas homenagens e que logo se multiplicaram os milagres em redor da relíquia sagrada de seu corpo.
 Três dias depois chegou o Apóstolo S. Tomé, que a Providência divina parecia ter afastado, para melhor manifestar a glória de Nossa Senhora, como dele já se servira para manifestar o fato da ressurreição de Nosso Senhor.
 S. Tomé pediu para ver o corpo de Nossa Senhora.
 Quando retiraram a pedra, o corpo já não mais se encontrava.
 Do túmulo se exalava um perfume de suavidade celestial!
 Como o seu Filho e pela virtude de seu Filho, a Virgem Santa ressuscitara ao terceiro dia. Os anjos retiraram o seu corpo imaculado e o transportaram ao céu, onde ele goza de uma glória inefável.
 Nada é mais autêntico do que estas antigas tradições da Igreja sobre o mistério da Assunção da Mãe de Deus, encontradas nos escritos dos Santos Padres e Doutores da Igreja, dos primeiros séculos, e relatadas no Concílio geral de Calcedônia, em 451.
 Como Nossa Senhora era isenta do 'pecado original', ela estava imune à sentença de morte (conseqüência da expulsão do paraíso terrestre). Todavia, por não ter acesso à "árvore da vida" (que ficava no paraíso terrestre), Maria Santíssima teria que passar por uma "morte suave" ou uma "dormição".
 Por um privilégio especial de Deus, acredita-se que Nossa Senhora não precisaria morrer se assim o desejasse, ainda que não tivesse acesso à "árvore da vida".
 Tudo isso, é claro, ainda poderá ser melhor explicado com o tempo, quando a Igreja for explicitando certos mistérios relativos à Santíssima Virgem Maria que até hoje permanecem.
 Muito pouco ainda descobrimos sobre a grandeza de Nossa Senhora, como bem disse S. Luiz Maria G. de Montfort em seu livro "Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem".
 É certo que Nossa Senhora escolheu passar pela morte, mesmo não tendo necessidade.
 Quais foram, então, as razões da escolha da morte por Nossa Senhora?
 Pode-se levantar várias hipóteses. O Pe. Júlio Maria (da década de 40) assinala quatro:
 1) Para refutar, de antemão, a heresia dos que mais tarde pretenderiam que Maria Santíssima não tivesse sido uma simples criatura como nós, mas pertencesse à natureza angélica.
 2) Para em tudo se assemelhar ao seu divino Filho.
 3) Para não perder os merecimentos de aceitação resignada da morte.
 4) Para nos servir de modelo e ensinar a bem morrer.
 Podemos, pois, resumir esta doutrina dizendo que Deus criou o homem mortal. Deus deu a Maria Santíssima não o direito (por não ter acesso à "Árvore da vida"), mas o privilégio, de ser imortal. Ela preferiu ser semelhante ao seu Filho, escolhendo voluntariamente a morte, e não a padecendo como castigo do pecado original que nunca tivera.
 Analisemos, agora, a Ressurreição de Maria Santíssima.
 Os Apóstolos, ao abrirem o túmulo da Mãe de Deus para satisfazer a piedade de São Tomé e ao desejo deles todos, não encontrando mais ali o corpo de Nossa Senhora, deduziram e perceberam que Ela havia ressuscitado!
 Não era preciso ver à ressurreição para crer no fato, era uma dedução lógica decorrente das circunstâncias celestiais de sua morte, de sua santidade, da dignidade de Mãe de Deus, da sua Imaculada Conceição, da sua união com o Redentor, tudo isso constituía uma prova irrefutável da Assunção de Nossa Senhora.
 A Assunção difere da ascensão de Nosso Senhor no fato de que, no segundo caso, Nosso Senhor subiu por seu próprio poder, enquanto sua Mãe foi assunta ao Céu pelo poder de Deus.
 Ora, há vários argumentos racionais em favor da Assunção de Nossa Senhora. Primeiramente, havendo entrado de modo sobrenatural nesta vida, seria normal que saísse de forma sobrenatural, esse é um princípio de harmonia nos atos de Deus. Se Deus a quis privilegiar com a Imaculada Conceição, tanto mais normal seria completar o ato na morte gloriosa.
 Depois, a morte, como diz o ditado latino: "Talis vita, finis ita", é um eco da vida. Se Deus guardou vários santos da podridão do túmulo, tornando os seus corpos incorruptos, muito mais deveria ter feito pelo corpo que o guardou durante nove meses, pela pele que o revestiu em sua natureza humana, etc.
 Nosso Senhor tomou a humanidade do corpo de sua Mãe. Sua carne era a carne de sua Mãe, seu sangue era o sangue de sua Mãe, etc. Como permitir que sua carne, presente na carne de sua santíssima Mãe, fosse corrompida pelos vermes e tragada pela terra? Ele que nasceu das entranhas amorosíssimas de Maria Santíssima permitiria que essas mesmas entranhas sofressem a podridão do túmulo e o esquecimento da morte? Seria tentar contra o amor filial mais perfeito que a terra já conheceu. Seria romper com o quarto mandamento da Lei de Deus, que estabelece "Honrar Pai e Mãe".
 Qual filho, podendo, não preservaria sua Mãe da morte?
 A dignidade de Filho de Deus feito homem exigia que não deixasse no túmulo Aquela de quem recebera o seu Corpo sagrado. Nosso Senhor Jesus Cristo, por assim dizer, preservando o corpo de Maria Santíssima, preservava a sua própria carne.
 Ainda podemos levantar o argumento da relação imediata da paixão do Filho de Deus e da compaixão da Mãe de Deus, promulgada, de modo enérgico, no Evangelho, pela profecia de S. Simeão falando à própria Mãe: "Eis que este menino está posto para a ressurreição de muitos em Israel, e para ser alvo de contradição. E uma espada transpassará a tua alma" (Luc. 2, 34, 45).
 Esta tradução em vernáculo (português, no caso) é larga. O texto latino (em latim) tem uma variante que parece ir além do texto em português. "Et tuam ipsius animam pertransibit glaudius" - o que quer dizer literalmente: o mesmo gládio transpassará a alma dele e a vossa.
 Como seria possível que o Filho, tendo sido unido à sua Mãe em toda a sua vida, na sua infância e na sua dor, não se unisse à Ela na sua glória?
 Tudo isso se levanta dos Evangelhos.
 A Assunção de Maria Santíssima foi sempre ensinada em todas as escolas de teologia e não há voz discordante entre os Doutores. A Assunção é como uma conseqüência da encarnação do Verbo.
 Se a Virgem Imaculada recebeu outrora o Salvador Jesus Cristo, é justo que o Salvador, por sua vez, a receba. Não tendo Nosso Senhor desdenhado descer ao seu seio puríssimo, deve elevá-la agora, para partilhar com Ela a sua glória.
 Cristo recebeu sua vida terrena das mãos de Maria Santíssima. Natural é que Ela receba a Vida Eterna das mãos de seu divino Filho.
 Além de conservar a harmonia em sua própria obra, Deus devia continuar favorecendo a Virgem Imaculada, como Ele o fez, desde a predestinação até a hora de sua morte.
 Ora, podendo preservar da corrupção do túmulo a sua santa Mãe, tendo poder para fazê-la ressuscitar e para levá-la ao céu em corpo e alma, Deus devia fazê-lo, pois Ele devia coroar na glória aquela que já coroara na terra... Dessa forma, a Santíssima Mãe de Deus continuava a ser, na glória eterna, o que já fora na terra: "a mãe de Deus e a mãe dos homens".
 Tal se nos mostra Maria na glória celestial, como cantava o Rei de sua Mãe, assim canta Deus de Nossa Senhora: "Sentada à direita de seu Filho querido" (3 Reis, 2, 19), "revestida do sol" (Apoc. 12, 1), cercada de glória "como a glória do Filho único de Deus" (Jo. 1, 14), pois é a mesma glória que envolve o Filho e a Mãe! Ele nos aparece tão belo! E ela como se nos apresenta suave e terna em seu sorriso de Mãe, estendendo-nos os braços, num convite amoroso, para que vamos a Ela e possamos um dia partilhar de sua bem-aventurança!

VIRGEM DE GUARDALUPE sENHORA DA AMERICA LATINA

Como toda aparição de Nossa Senhora, a que é venerada hoje é também emocionante. Talvez esta seja uma das mais comoventes, pelo milagre operado no episódio e pela dúvida lançada por um Bispo sobre sua aparição a um simples índio mexicano.

Tudo se passou em 1531, no México, quando os missionários espanhóis já haviam aprendido a língua dos indígenas. A fé se espalhava lentamente por essas terras mexicanas, cujos rituais astecas eram muito enraizados. O índio João Diogo havia se convertido e era devoto fervoroso da Virgem Maria. Assim foi o escolhido para ser o portador de Sua mensagem às nações indígenas. Nossa Senhora apareceu à ele várias vezes.

A primeira vez quando o índio passava pela Colina de Tepyac, próximo à Cidade do México, atual capital, a caminho da igreja. Maria lhe pediu que levasse uma mensagem ao Bispo. Ela queria que naquele local fosse erguida uma capela em sua honra. Emocionado o índio procurou o Bispo João de Zumárraga e contou-lhe o ocorrido. Mas o sacerdote não deu muito crédito à sua narração, não dando resposta se iria, ou não iniciar a construção.

Passado uns dias Maria apareceu novamente a João Diogo, que desta vez procurou o Bispo com lágrimas nos olhos, renovando o pedido. Nem as lágrimas comoveram o Bispo, que exigiu do piedoso homem uma prova de que a ordem partia mesmo de Nossa Senhora.

Deu-se então o milagre. João Diogo caminhava em direção à capital por um caminho distante da Colina onde anteriormente as duas visões aconteceram. O índio, aflito, ia à procura de um sacerdote que desse a extrema unção a um tio seu, que agonizava. De repente Maria apareceu à sua frente, numa visão belíssima. O tranqüilizou quanto à saúde do tio, pois avisou que naquele mesmo instante ele já estava curado. Quanto ao Bispo, pediu a João Diogo que colhesse rosas no alto da colina e as entregasse ao religioso. João ficou surpreso com o pedido, porque a região era inóspita e a terra estéril, além de que, o país atravessava um rigoroso inverno. Mas obedeceu e novamente surpreso encontrou muitas rosas, recém-desabrochadas. João colocou-as no seu manto e, como a Senhora ordenara, foi entrega-las ao Bispo, como prova de sua presença.

E assim fez o fiel índio. Ao abrir na frente do Bispo o manto cheio de rosas, ele viu se formar impressa uma linda imagem da Virgem, tal qual o índio a descrevera antes, mestiça. Espantado, o Bispo seguiu João até a casa do tio moribundo e este já estava de pé, forte e saudável. Contou que Nossa Senhora "morena" lhe aparecera também, o teria curado e renovado o pedido. Queria um santuário na colina de Tepyac, onde sua imagem seria chamada de Santa Maria de Guadalupe. Mas não explicou o porquê do nome.

A fama do milagre se espalhou. Enquanto o templo era construído, o manto com a imagem impressa ficou guardado na capela do paço episcopal. Várias construções se sucederam na colina, ampliando templo após templo, pois as romarias e peregrinações só aumentaram com o passar dos anos e dos séculos.
O local se tornou um enorme Santuário abriga a imagem de Nossa Senhora na famosa Colina e ainda se discute o significado da palavra Guadalupe. Nele está guardado o manto de Santo João Diego, em perfeito estado apesar de passados tantos séculos. Nossa Senhora de Guadalupe é a única a ser representada como mestiça, com o tom de pele semelhante ao das populações indígenas. Por isso o povo a chama carinhosamente de "La Morenita", quando a celebra no dia 12 de dezembro, data da última aparição.

Foi declarada padroeira das Américas, em 1945, pelo Papa Pio XII. Em 1979, como extremado devoto mariano, o Papa João Paulo II visitou esse Santuário e consagrou solenemente toda a América Latina a Nossa Senhora de Guadalupe.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Alegra-te Maria

O Anjo Gabriel recebeu a tarefa de anunciar a Virgem Maria a decisão divina de, por meio dela vir a nascer o Salvador. Em Lucas 1, 28 lemos que:

Entrando onde ela estava, disse-lhe: Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!

O Evangelho Segundo Lucas foi escrito originalmente em grego , o termo usado por Lucas é "chaire" , que corresponde ao "salamalek" dos árabes atuais oi ao "shalom lak" dos hebreus. A palavra alegria, em grego , é chára que tem a mesma raiz que cháris (graça) .A palavra chaire pode ser traduzida como a alegria que brota da manifestação da graça. Sendo uma saudação feita por um Anjo, mensageiro de Deus, devemos nos recordar da palavra do profeta Isaías de que "a palavra que sai da boca de Deus não voltará vazia, mas realizará tudo o que for de Sua Vontade e produzirá os efeitos que Deus pretendeu ao enviá-la"(Is 55,10-11)

São Bernardo, comentando sobre o momento do anúcio do Anjo a Virgem Maria escreveu que: "Acabas de entender, ó Virgem, a maravilha que se deve realizar e o modo como vai realizar-se; uma e oitra coisa não podem senão lançar-te num estado simultaneamente de admiração e de alegria. "Alegra-te grandemente, filha de Sião, grita jubilosa, filha de Jerusalém"(Zc 9,9), pois que entendeste a palavra de júbilo e de alegria, que nos seja outorgado, a nós também, de ouvir a feliz resposta que esperamos, a fim de que "exultem de alegria nossos ossos humilhados...(Sl 50,10)".São Bernardo, Louvores à Virgem Maria, homilia IV,8,PL,183,83-84

O anúncio do Anjo não é apenas uma mensagem, mas um convite. A Virgem é convidada a se alegrar pois o Deus a escolhera como Mãe do Salvador, tal qual está escrito em Sofonias 3,14-17 : Alegra-te , filha de Sião, Solta gritos de alegria, ó Israel ! Alegra-te e rejubila-te de todo o coração, filha de Jerusalém. O Senhor revogou a sentença pronunciada contra ti, afastou de ti os teus inimigos. O Rei de Israel que é o Senhor, está no meio de ti; não temerá mais a desgraça. Naquele dia, dir-se-á a Jerusalém : não temas, Sião ! Não se enfraqueçam os teus braços , porque o Senhor, teu Deus, está no meio de ti, como poderoso Salvador."

Ao ouvir o Anjo, Maria ficou intrigada com essa palavra e pôs-se a pensar qual seria o significado da saudação. Porque estaria sendo convidada a esta grande alegria? E o Anjo acrescentou: Não temas, Maria....!" . O que foi profetizado acontecia: "Não temas, Sião!"

Também em Joel 2,21-27 encontramos as palavras que a Virgem proferiu no Magnificat.

As palavras proferidas pelo Anjo Gabriel inspiram-se, portanto, em várias passagens messiânicas do A.T. para que, deste modo, todos pudessem ver a correspondência dos fatos do Antigo e do Novo Testamento.

A alegria que o Salvador Jesus traz ao mundo é várias vezes mencionada em Lucas:

"O menino saltou de alegria no meu seio" , disse Sta Isabel ; "o meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador"(Lc 1,47) ;

"anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo: hoje nasceu-vos um Salvador", disse o Anjo aos Pastores.

São Gregório, o Taumaturgo (270) escreveu alguns textos homiléticos onde imagina um diálogo interessante entre Deus e o Anjo Gabriel. Ele escreve:
"Quando Deus dá a instrução ao Arcanjo Gabriel explicita: A primeira palavra que lhe anunciarás será um grito de júbilo. Tu dirás a Maria: Alegra-te, cheia de graça , a fim de que eu tenha compaixão da infeliz Eva." E o Arcanjo entendeu estas palavras, mas podemos nós imaginar o que diria a si mesmo. "É bem estranha esta empresa! O que acabo de ouvir ultrapassa toda imaginação...e aquele que condenou Eva apressa-se em glorificar sua filha!"
   Deus interrompe-o, perguntando: Por que hesitas? E o Arcanjo responde, objetando a Deus que há certa contradição na expressão: A Virgem, que dará a luz  um filho. Deus insiste, evocando o texto do Gênesis referente a Abraão (Gn 18,14). Como pode o calor da divindade fecundar Maria? E Deus mesmo responde, citando o fato da sarça ardente. Convencido, o Arcanjo vai anunciar a Maria Virgem: "Alegra-te, cheia de graça. O Senhor está contigo" . O demônio não poderá prevalecer contra ti porque,  aí mesmo onde ele infligiu ferida mortal, agora, o Médico aplica o primeiro remédio salutar. De onde surgiu a morte, daí também a vida abriu-se uma estrada: por uma mulher apagou-se a chama, por uma mulher se acende outra mais viva."Alegra-te, cheia de graça".
 No ano de 431 foi convocado um Concílio na catedral de Éfeso, consagrada a Maria, para que se resolvesse uma questão: seria a Virgem Maria a Mãe de Deus ou apenas a mãe do homem Jesus? Esta questão, levantada por Nestório, aludia a existência de duas pessoas em Jesus Cristo. Foi então definido que Jesus Cristo é consubstancial ao Pai, segundo sua divindade e consubstancial ao homem segundo sua humanidade, pois nele se fez a união das duas naturezas; desse modo, deve-se confessar um Cristo, um Filho, um Senhor. Por causa desta união, sem confusão, nós afirmamos que Maria é Mãe de Deus, pois o Deus Verbo tomou a carne e fez-se homem e, desde o instante da concepção, uniu-se ao Templo obtido da Virgem" , e neste dia foi proferido um dos mais belos hinos a Mãe de Deus:
 "Alegra-te, Montanha cuja altura ultrapassa o pensamento dos homens

 Alegra-te, Abismo de insondável profundidade, mesmo para os Anjos

 Alegra-te, tu que conduzes os filósofos ao limite da sua sabedoria

 Alegra-te, tu que levas os sábios às fronteiras do raciocínio

 Alegra-te, tu perante quem os espíritos subtis se tornam hesitantes

 Alegra-te, tu perante quem os literatos perdem as palavras..."



PAZ E BEM!

Novena de Natal 2010 "Reunidos em família, preparando a vinda do Senhor"

Estamos nos aproximando da segunda maior festa da Igreja: O Natal. Festa do Menino Jesus. Festa da família. Festa da paz e do amor. Festa da esperança. A festa precisa ser preparada com esmero, dedicação e carinho. Precisa envolver todas as pessoas. Assim elas se sentem participantes. Como preparação a esta festa, a Igreja nos dá o tempo litúrgico do Advento que nos recorda a primeira vinda do Senhor e nos coloca em perspectiva da sua nova vinda na glória, no fi m dos tempos, conforme sua promessa. Neste sentido, a Novena de Natal é um instrumento privilegiado de preparação. Na Novena de Natal, renovamos nossa fé no Deus fi el, afi rmamos nossa esperança na viabilidade de um mundo melhor e manifestamos nossa convicção através da caridade operosa. Pela CNBB, faço votos de ricas bênçãos de Deus para todos os participantes da Novena.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

mARIA EXEMLO DE Fé

  Falar de Mãe é pensar em Maria, a Mãe da igreja e nossa Mãe. É seguir seus ensinamentos e seu exemplo, buscando na fé e na esperança ser melhor a cada dia, construindo novos caminhos para o bem comum.
Maria foi a escolhida por Deus, para ser a Mãe de seu filho Jesus Cristo, que veio ao mundo para salvar a humanidade do pecado, das maldições e desavenças. Maria é exemplo de luz, coragem, determinação, paciência, esperança, otimismo e sabedoria.
Maria deu de presente a humanidade seu único filho, para que pudéssemos redimir de nossos pecados e buscar a vida eterna. A vida sem Maria é como viver no planeta sem ar. Maria aconchega no seu coração os filhos que ama. Abençoa a humanidade trazendo paz, amor e compreensão aos homens de boa vontade.
Pensar no Dia das Mães é voltar nossos corações a Maria, pedindo luz e discernimento nas jornadas que trilhamos no decorrer de nossa passagem terrena. A mãe de Deus nos concede bênçãos e pede ao seu povo que não esqueçam de orar. Pede ao povo que voltem seus corações para a paz no mundo e nas nações, que tanto suplicam e agonizam pelo amor e a justiça social.
Maria está presente em nossas vidas, trazendo muita esperança ao seu povo; e continua pedindo e clamando por orações, meditação e equilíbrio. A paz está dentro de cada um de nós, basta que tenhamos a humildade e serenidade, para que possamos ofertá-la ao nosso próximo de forma tranqüila, justa e igualitária.
Jesus Cristo veio ao mundo para que tenhamos vida e nos concedeu sua Mãe para ser o coração de sua igreja. Sendo assim, oremos a Deus pelo seu dia Mãe e peçamos a Virgem Maria suas bênçãos:
  Maria Imaculada medianeira de todas as graças trazei ao povo de Uberaba saúde, amor, moradia digna e paz nos corações dos sofredores. Amparai os que estão nas sombras da morte e concedei aos políticos - que se beneficiam dos outros para proveito próprio -, mais consciência política justiça e fidedignidade para com o povo. Olhai com bondade ó Mãe de todos nós, e lembremos de nossos irmãos e irmãs, que sofrem e lutam por uma vida mais digna e humana. Mãe de extrema pureza e lealdade fazei que nosso coração seja igual ao vosso, purificai-nos dos maus pensamentos e doenças do corpo e da alma. Olhai com bondade de nossos familiares que lutam para sobreviver e viver nessa sociedade. Trazei aos lares muita paz, amor, união, fé e misericórdia. Que nesse segundo domingo de maio todas as Mães sejam abençoadas pela Senhora Rainha da Paz e Medianeira de todas as Graças. Que a minha Mãe e as Mães de todos os meus leitores sejam santificadas pelo seu amor e glória, hoje e na eternidade. Amém.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A imaculada conceição e o advento

“Fiat Mihi secundum Verbum Tuum”
“Faça-se em mim segundo a tua Palavra!”.(Cf. Lc 1,37)

A Solenidade da Imaculada Conceição se celebra no “coração” do Advento. O tempo do Advento é o tempo de Maria por excelência, mais do que qualquer outro tempo litúrgico, pois é nele que a vemos em mais íntima relação com seu Filho.

O amor de Mãe é, sem dúvida alguma, o mais forte, o mais pleno modo de se relacionar, de “ser para”(esse ad).

É o amor que gesta, gera, nutre e cuida. Maria, desde o início da criação, é Aquela que foi “concebida”, no projeto de Deus, para realizar esta missão de amor, missão paradigmática para todas as mães, de todas as épocas e idades. Maria é plenamente Mãe porque é a nova Eva, a mãe de todos os que estão vivos. Aquela que se encontra unida ao Filho de Deus “por vínculo estreito e indissolúvel”(Cf. LG 53) e, por isso mesmo, sem o pecado original.

Se o Senhor veio no primeiro Natal, por meio de Maria, o mesmo Senhor vem, ainda hoje, nos nossos natais litúrgicos, também através d’Ela. Em Maria, se cumpre, então, o mistério do Advento. Ela é a aurora que precede, que anuncia, que traz em seu seio o Dia Novo que está para surgir.

Assim como na aurora se projeta a luz do Sol, de onde surge a vida, assim também, em Maria Imaculada, se reflete o poder da Redenção, do Sol da Justiça, do Salvador que está para vir. A Solenidade da Imaculada Conceição, no tempo do Advento, constitui desta forma, a mais profunda preparação para o Natal.

“Fiat Mihi secundum Verbum Tuum”
“Faça-se em mim segundo a tua Palavra!” (Cf. Lc 1,37).

Maria nos mostra, pela vinda do Verbo a seu corpo, através de sua humildade radical, como nós, seus filhos, podemos também nos tornar sinais desta presença, deste amor, desta misericórdia infinita de Deus, em nossas ações. O Verbo Eterno pode também estar vivo dentro de nós, pela graça. Somos habitados por Deus.

Maria nos ensina ainda como devemos ser quando hospedamos, pela graça, o Filho de Deus em nós.

A primeira resposta de Maria ao dom da maternidade divina foi sair de si mesma e servir. Ela vai logo ver sua prima Isabel que  está esperando um bebê e precisa de ajuda. Ela foi socorrer alguém em necessidade, não com palavras bonitas, mas com ações, com atos concretos de ajuda, de serviço, de amor. Maria nos ensina, pois, que fazer a vontade de Deus e não a nossa, é viver o nosso agora histórico na forma mais prática e simples possível, em extrema doação. Deus se nos manifesta sem que façamos nada de espetacular.

Quanto mais nos doamos mais recebemos. Se formos transformados pela vinda do Filho de Deus, todos, em torno de nós, também o serão.

Que como Maria, nesta Sua Solenidade da Imaculada Conceição, em pleno Advento, possamos também nós exclamar:

“Non volumptas mea, sed Tua, Fiat!”
“Seja feita a Tua Vontade”.